Nosso universo interno busca continuamente formar uma realidade de atividades do nosso soma. A forma como ele se move faz com que ele sinta seu ao redor imediato e o que fisicamente se conecta a ele, por meio de sua rede interna de conexões, gerando um senso perceptivo que chamamos de Hapico. Esta continuidade tridimensional tensional conectiva – a qual chamamos de fáscia – provoca um complicado e diverso mundo de informações que o sistema nervoso vai estabilizando como mapas de atividades internas do organismo.
Turvey e Fonseca (2014) propõem que esta comunicação interna e sistema adaptativo no corpo sejam mediados primariamente por meio de atividades onde músculos, tecido conectivo e interconexões esqueléticas estejam fortemente presentes, realizando atividades que os permitam relacionar-se com o meio ambiente. Deste modo, o corpo tem uma organização que se auto influencia a todo momento.
A fáscia tem sido considerada nosso mais rico órgão sensorial graças ao grande número de mecanorreceptores nela presentes que informam sobre pressão, tração, deslizamento e fricção – isto é, dinâmicas de estiramento com ou sem carga – e cuja arquitetura é também uma parte do modo como a propriocepção é gerada através de trajetórias e planos fasciais específicos. Variação e orientação de carga são dependentes da viscoelasticidade e do design interno dos tecidos miofasciais determinados pela forma (ou desenho interno) do corpo.
Sua forma pode exercer um importante papel no mecanismo locomotor.
Muitos estudos têm mostrado que há um associação entre aumento de espessura da fáscia com uma redução de amplitude articular de orientação do gesto motor. Práticas de exercícios têm sido propostas para auxiliar na regulação da relação espacial dos tecidos internos do corpo, bem como na ativação sensória em estímulos proprioceptivos para melhorar a performance motora.
Resumindo, a fáscia e os músculos formam – juntos – a unidade motora miofascial.
Fáscia: elemento fundamental de conexão
Por meio de encadeamentos da estruturação miofascial, a fáscia se torna um componente de coordenação e regulação da qualidade final do gesto motor. É ela quem une a contração das fibras musculares entre si, ossos e outras estruturas fasciais. O tecido conectivo realiza a possibilidade de muitos planos de ação simultânea, possibilitando movimentos complexos como correr, saltar, girar, arremessar um peso, e muito mais. Do micro ao macro, o tecido conectivo é a base estrutural do corpo (Myers, T.).
Todo este sistema conectivo pode gerar graus diversos de tração, dadas as suas diferentes formas de expressão. Assim funciona com os tendões, ligamentos, cápsulas, membranas interrósseas e septos musculares (Huijing,P.).
O tecido fascial participa diretamente de cada movimento e delimita a dimensão de um ato motor. Por isso, ele regula sua intensidade, enquanto gera propriocepção (Van der Wal).
Fáscia, propriocepção e controle motor periférico
A fáscia está diretamente envolvida na propriocepção e controle motor periférico em colaboração estreita com o Sistema Nervoso Central.
A qualidade de movimento que é imposta a matriz extracelular promove modificações que alteram os centos de coordenação e de fusão. Logo, estas alterações podem levar a disfunções de movimento (coordenação motora pobre). Quando identificamos uma limitação de movimento, costumamos relacioná-la a um ponto específico da fáscia e por meio da manipulação desse ponto, restauramos o movimento.
Espero ter esclarecido as dúvidas sobre a ligação existente entre fáscia e coordenação motora. Mas caso reste alguma pergunta, fique à vontade para escrever nos comentários.
Bom dia. Bom esse texto.
Aprendendo sempre.