Por Johannes Freiberg
A ioga é uma prática reconhecida por atuar de forma global no organismo por meio de exercícios de alongamento sustentado e que ajudam a controlar o estresse, ansiedade, dores no corpo e na coluna, além de melhorar o equilíbrio e facilitar o emagrecimento. Pesquisas feitas pelo Yoga Aliance e Yoga Journal revelam que de 2008 a 2016 duplicou o número de praticantes no mundo, passando de 15,8 para 36,7 milhões de pessoas.
Para atender este público cada vez mais exigente, professores de diversas linhas – entre tradicionais e contemporâneas – estão aprimorando suas técnicas para que os resultados sejam ainda mais eficazes e satisfatórios. Muitos deles já descobriram a forma como o corpo está totalmente conectado pelo tecido fascial, e compreenderam que quando uma área do corpo está muito compactada e com dificuldades de movimento, significa que a fáscia pode estar mais rígida do que deveria – o que se reflete em dificuldade de movimento e mal-estar. Má postura, tensão, estresse e outros problemas emocionais são exemplos de quadros que desencadeiam a rigidez do tecido conjuntivo e, vice-versa como mostra a Dra. Langevin. Segundo ela, rigidez de tecido leva à dificuldade de movimento e dores.
Desta forma, a fáscia é mais um órgão do corpo que precisa ser considerado pelos profissionais de ioga que desejam realizar um trabalho completo na busca por mais qualidade de vida, uma vez que os movimentos executados em aula podem ajudar a fluidificar e liberar as camadas mais superficiais do tecido fascial.
No entanto, uma outra condição necessária para a saúde do movimento está em sua capacidade de transformar tensão em deslocamento. Isto é, na economia de energia durante os movimentos.
Uma das formas, que inclusive será apresentada durante o Fascia Experience, pelo educador somático Rodrigo Clemente, é incluir o rebote elástico (carga) nas práticas, trazendo este elemento de força de modo dinâmica e, auxiliando na estruturação e revitalização do sistema musculoesquelético, como aponta Schleip. Esta é uma das formas de inibir lesões articulares decorrentes da perda de compactação muscular ocasionada pelo excesso ou falta de práticas de carga.
Outra forma de reduzir a resistência ao estiramento é sustentar o tecido fascial na ioga por meio de movimentos lentos e minimalistas, utilizando recursos e adereços que segurem as posições durante períodos de tempo mais longos – cerca de três a cinco minutos. Assim, é possível levar o alongamento até outro limite, diminuindo a atividade simpática e trabalhando em até 70% da capacidade do corpo. Esta é mais uma maneira de criar mobilidade, facilitar rearranjos espaciais das estruturas de suporte e mais fluidificação da fáscia e, portanto, do corpo por inteiro.
Muitas vezes, é preciso um trabalho mais focado, quando existe um problema na área do tecido fascial. Além da ioga, o educador pode utilizar uma gama de ferramentas para ajudar a liberar a fáscia, como o foam roller e até mesmo bolas de tênis. É uma forma segura de fazer o trabalho e o melhor de tudo: você consegue atuar em áreas bem específicas, obtendo resultados ainda mais satisfatórios.
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Muito obrigado pela citação! Procurarei estar o mais apto possível para ajudar a todos os interessados em incluir esses elementos fasciais nas suas práticas de yoga, convidando-os a experiência, para que seja estimulante a todos levar esse conhecimento adiante. Também assim, mostrar que os conceitos mais tradicionais do yoga podem ser acompanhados das mais atuais pesquisas científicas sobre o tema. Esperando por muitos curiosos no assunto no Fascia Experience! 🙂